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15 de junho de 2012

Arrastão vai onde Lei Seca não chega

Juro que procurei exaustivamente por comandos de fiscalização de trânsito por perto de bares e restaurantes chiques da capital paulista, mas nem mesmo informação no Twitter eu achei. Devo ter procurado errado, porque perto de boteco e balada de pobre você sempre acha uma viatura e um bafômetro!

Por favor, me ajudem, me informem onde a polícia está abordando carros de luxo e mandando os motoristas soprarem o bafômetro que eu me retrato aqui, pedindo humildes desculpas pelo meu erro imperdoável.

Blitz da PM na Zona Leste (Foto: Sérgio Neves / Agência Estado)

ARRASTÃO TEM ALCANCE MAIOR QUE A LEI

Arrastão sim, você acha em restaurante bacana, churrascaria cara, pizzaria de granfino e até em café e barzinho (é assim que se chama boteco de gente de fina bossa), tanto que até o governador de São Paulo já garantiu que vai mandar mais PMs e viaturas para reforçar o patrulhamento nas regiões nobres e proteger os ricos contra a violência praticada "pelos pobres". E bafômetro? Vai ter?

A violência contra os pobres acontece todo dia, toda hora, todo momento, mas a grande mídia despreocupada já não dá destaque para tais picuinhas... Pobre nasceu para ser vítima! Rico não. Quando um operário da construção civil é assaltado na Z.L. e perde os únicos 30 reais que tinha pra comprar comida, ninguém se importa. Importante é o relógio de 30 mil que levam do ilustre cidadão lá nos Jardins.

Reproduzo as sábias palavras da antropóloga Paula Miraglia, uma sensata colunista do iG: “São Paulo precisa se convencer de que alguns poucos espaços seguros não fazem e nunca farão uma cidade segura. Ou estamos todos seguros em São Paulo ou ninguém estará.”

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