Artistas de rua são sempre bem vindos por aqui. Um homem com muito talento ganha a vida nas ruas de Porto Alegre, executando músicas do cancioneiro popular brasileiro em um violão, um pandeiro amarrado ao pé e uma folha de árvore entre os lábios, emitindo sons incrivelmente sincronizados e afinadíssimos, como se fosse um terceiro instrumento musical, o que lhe garantiu o apelido Zé da Folha.
Hoje é a vez desse ilustre gaúcho figurar na lista de artistas do nosso blog. Você vai achar uma porção de músicas executadas por ele, em vários estilos, mas vamos ficar aqui com a Saudosa Maloca, de Adoniran Barbosa. A foto é do blog Barraca do Pilantra. Tenha um ótimo final de semana.
SAUDOSA MALOCA
(Adoniran Barbosa)
Si o senhor não tá lembrado,
dá licença de contá,
que aqui onde agora está
esse adifício arto
era uma casa véia,
que aqui onde agora está
esse adifício arto
era uma casa véia,
um palacete assobradado.
Foi aqui seu moço
que eu, Mato Grosso e o Joca
construímos nossa maloca.
Mais, um dia,
nóis nem pode se alembrá,
veio os homis cas ferramenta,
o dono mandô derrubá.
nóis nem pode se alembrá,
veio os homis cas ferramenta,
o dono mandô derrubá.
Peguemus todas nossas coisas
e fumos pro meio da rua
apreciá a demolição.
Que tristeza que nóis sentia,
cada táuba que caía
duía no coração.
cada táuba que caía
duía no coração.
Mato Grosso quis gritá,
mas em cima eu falei:
Os homis tá cá razão,
nóis arranja outro lugar.
Só se conformemo quando o Joca falou:
"Deus dá o frio conforme o cobertor".
"Deus dá o frio conforme o cobertor".
E hoje nóis pega a páia nas gramas do jardim
e prá esquecê nóis cantemos assim:
Saudosa maloca, maloca querida,
dim dim donde nóis passemus dias filiz de nossas vida.
dim dim donde nóis passemus dias filiz de nossas vida.
Saudosa maloca,maloca querida,
dim dim donde nóis passemus dias filiz de nossas vida.
dim dim donde nóis passemus dias filiz de nossas vida.
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