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28 de agosto de 2011

Ilha do Cardoso - Cananéia

canoa usada pela comunidade caiçara

A Ilha do Cardoso é uma área de proteção ambiental localizada no extremo sul do litoral do estado de São Paulo, no município de Cananéia, Vale do Ribeira, que ainda guarda belezas quase intocadas pelo bicho homem, apesar de algumas barbaridades que ainda acontecem por lá. As fotos são de dezembro de 2010.

O acesso à ilha é feito por escuna, navegando pelo Canal de Ararapira, um estuário com paisagens exuberantes, onde o navegante pode observar belos animais, como o boto cinza, símbolo do PEIC - Parque Ecológico da Ilha do Cardoso e o papagaio-da-cara-roxa. Para visitar a ilha é necessário agendamento prévio, pois o plano de manejo da reserva ambiental estabelece um limite de pessoas e a necessidade de acompanhamento por guias locais, monitores ambientais.

escuna para acesso à ilha

A ilha abriga mais de 400 espécies de aves e 43 espécies de mamíferos, que desfrutam desse paraíso com lindas praias, cachoeiras, costões rochosos, restingas, manguezais e montanhas cobertas de Mata Atlântica, onde crescem 118 espécies de orquídeas e 41 espécies de bromélias.

cachoeira para lavar a alma

PRAIA SEM ÁGUA DE CÔCO E GUARDASSOL

As praias são um capítulo à parte na viagem. Os caiçaras que habitam o parque se revezam para a limpeza da areia, retirando imundícies carregadas pelo mar, lixo que cai ou é jogado de embarcações muitas vezes milhares de quilômetros distantes e chega à praia trazido pelas correntes marítimas.

E como o acesso é restrito e muito bem controlado, você não vê  (e nem vai deixar por lá) garrafas, copos, restos de alimentos, flores e outras porcarias que humanos deixam em outras praias.

 praia limpa e deserta

O mar é normalmente manso na Ilha do Cardoso, ideal para curtir um banho refrescante, longe de guardassóis, barraquinhas e vendedores ambulantes, por isso é importante levar bastante água e algum alimento leve, além de uma embalagem para o lixo, que deve retornar com você. A ilha não possui depósito de lixo e todo o resíduo gerado nela é levado de barco para o continente.

 vista do mar na Ilha do Cardoso

costão rochoso

E você não vai de carro à praia. Para chegar ao mar, o ilustre visitante atravessa, a pé, um trecho de restinga, oportunidade para observar a vegetação e pequenos animais, enquanto sonha com o mar lindo que o espera no final da caminhada. Jet ski e outras parafernálias passam longe dali e som alto não é bem vindo, portanto, se você é um daqueles turistas insuportáveis, não vá à ilha, fique pelo menos uns 200 Km ao norte de lá. A natureza e a paz precisam coexistir.

caminho para o mar pela restinga

DICAS PARA DESFRUTAR DESSE PARAISO

Como já dito, as visitas ao PEIC precisam ser agendadas e existe uma porção de regras bastante severas a serem observadas. A hospedagem de pesquisadores e turistas é feita em pousadas-residência simples e com recursos escassos. O uso de água e eletricidade é bastante controlado e normalmente os geradores são desligados às 22 horas. Leve uma boa lanterna para se precisar levantar durante a noite (segundo a minha mulher, eu deveria ter escrito "... lanterna caso precise...", leia como você preferir).

Banho quente só onde tem aquecedor a gás e o calor e umidade favorecem a presença de pernilongos em toda parte, mas o pouco conforto quase passa despercebido diante de tanto prazer em se estar na ilha. Leve muito repelente e filtro solar.

sugestão de tira-gosto para a tarde

Sem sofisticação, a cozinha local oferece muito sabor em frutos do mar, ideal para quem aprecia peixes, mariscos, camarão... Para acompanhar aquela cervejinha gelada no final da tarde, minha sugestão é encomendar antecipadamente uma dúzia de ostras graúdas, criadas ali mesmo, são deliciosas.

vila de caiçaras com pousada e restaurante

Para se informar sobre os roteiros, hospedagem, preços e tudo o mais, comece pelo site da prefeitura de Cananéia, clicando aqui. Um site bem interessante é o da comunidade Marujá (aqui). Bom passeio.

ALGUMAS COISINHAS CHATAS

Há algumas décadas, índios oriundos da região platina se instalaram na ilha e seus hábitos nômades têm prejudicado o frágil ecossistema da Mata Atlântica, porque mudam-se constantemente, abrindo novas clareiras na mata para edificarem suas moradias. Lamentável, mas ainda assim é melhor que o homem branco construir shopping centers e hotéis.

Outro pecadinho ambiental teria sido cometido pelo governo do Estado de São Paulo bem pertinho dali e segundo andei lendo hoje, a justiça teria condenado o senhor governador à imediata reparação de danos, sob pena de multa diária de 15 mil reais, que obviamente vão sair do seu bolso, eleitor. Mas pelo menos no momento,vamos focar nas coisas boas do PEIC.

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