O prefeito recém empossado de São Paulo recebe a cidade na época mais crítica do ano, marcada historicamente por enchentes, o que infelizmente ocorre mais pela ação do próprio homem do que por causas naturais.
Ontem Fernando Haddad convocou sua equipe para discutir medidas emergenciais que minimizem as cheias que fatalmente ocorrerão no período de verão, afinal a cidade foi construída sobre uma vasta planície alagadiça, invadindo a zona de transbordamento de vários rios e sempre haverá o risco de inundações.
Ficou decidido na reunião que a limpeza de bueiros e tubulação de escoamento de águas das chuvas nos 132 pontos críticos da cidade onde os alagamentos são recorrentes deverá ser feita a cada duas semanas.
Até o ano passado, além do intervalo entre as datas de limpeza ser de dois longos meses, não havia coordenação entre as empresas que fazem limpeza de bueiros e as subprefeituras, responsáveis pela manutenção das galerias, o que prejudicava ainda mais a sua manutenção - a partir de agora a limpeza de bueiros e galerias deverá ser simultânea, favorecendo o escoamento da água.
MENOS LIXO NAS RUAS E TERRENOS
Em locais com intensa circulação de pessoas como as ruas 25 de Março e Santa Ifigênia e os bairros Brás e Bom Retiro, deverão ser disponibilizados contêineres para que as empresas ali estabelecidas depositem seu lixo, evitando o acúmulo de sacos nas calçadas, que via de regra acabam sendo arrastados pela enxurrada e entupindo as bocas de lobo.
"O lixo é muitas vezes depositado nas calçadas e nas ruas, à espera dos catadores. Muitas vezes, com as chuvas, não há tempo suficiente para as empresas coletarem esse lixo ou os catadores recolherem para reciclagem". (Fernando Haddad)
A fiscalização será intensificada a fim de coibir abusos nessas áreas de comércio popular e em locais de deposição irregular de lixo e entulho conhecidos como pontos viciados. Os ecopontos, locais adequados para as pessoas colocarem lixo reciclável, deverão ter sua capacidade ampliada.
A parte mais difícil é conscientizar uma minoria de pessoas mal educadas, sem o mínimo de consciência e senso de responsabilidade, que muitas vezes acaba provocando enchentes nas próprias casas e locais de trabalho por jogar lixo em locais inadequados ou mesmo por deixar os sacos na calçada fora dos dias e horários de coleta.
DEFESA CIVIL E PARCERIA COM O IPT
A Defesa Civil deverá ser reorganizada em cada uma das 31 subprefeituras e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas deverá firmar um contrato com a prefeitura para o monitoramento diário de 93 áreas de alto risco durante o período de chuvas intensas. O IPT já forneceu o mapeamento detalhado dessas áreas à prefeitura há um ano e meio.
Não é de hoje que São Paulo sofre com as cheias de verão, fato que pode ser comprovado através das fotografias antigas, ainda em preto e branco, que encontramos no diretório de imagens do Google e publicamos com muita nostalgia e cujos locais fotografados muitos leitores reconhecerão.
Infelizmente não obtivemos a identificação de datas e nem dos autores das imagens. Caso você possua tais informações, queira por gentileza deixar um comentário nesta postagem.
AS MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ENCHENTES
1. Coordenar ações de limpeza de ramais, galerias e bocas de lobo. Diminuir a periodicidade das limpezas de bimestral para quinzenal nos 132 pontos de reincidência de alagamento e nas “sub-bacias” de maior risco.
2. Estabelecer convênio entre a Prefeitura e a Sabesp para o uso de caminhões de “hidrojatos” no período de chuvas para reforçar a estrutura existente nas Subprefeituras.
3. Solicitar às concessionárias a instalação de contêineres em pontos estratégicos nas regiões do Brás, Bom Retiro, Santa Efigênia, 25 de Março e Pari para o despejo de lixo comercial em larga escala.
4. Dotar as Subprefeituras com estrutura de cavaletes, cones e faixas de sinalização, bem como planos de desvio de rota para atuarem emergencialmente em situações de alagamento até a efetiva operação da CET.
5. As concessionárias deverão providenciar caçambas de até 26 metros cúbicos, em número suficiente, nos Ecopontos, para evitar o depósito de resíduos em locais onde há risco dos detritos escorregarem para a via pública ou encostas de córregos.
6. Intensificar o monitoramento dos pontos de descarte de entulho irregular (pontos viciados). Promover, quando necessário, o recolhimento de entulho.
7. Por decreto, atribuir aos agrônomos das Subprefeituras o poder de emitir o laudo de autorização de poda de árvore.
8. Permitir, no período de enchentes, o deslocamento das equipes entre as regiões das subprefeituras para atender situações de emergência e/ou demanda acumulada.
9. Redimensionar e equilibrar a estrutura disponível para a Defesa Civil nas Subprefeituras e criar um corpo permanente de atendimento às emergências.
10. Reunir prontamente os subprefeitos e secretários envolvidos para repasse das novas orientações sobre a Defesa Civil.
11. Fazer o monitoramento e a limpeza manual e/ou mecânica dos córregos de maior incidência de chuva, evitando os pontos de estrangulamento.
12. Estudar a possibilidade de contratar imediatamente o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), por 120 dias, para que geólogos realizem o monitoramento dos locais mais críticos dentro dos setores avaliados como Risco Muito Alto (R4) das 407 áreas de risco mapeadas, reforçando as equipes da Defesa Civil.
13. O Centro de Gerenciamento de Emergências sairá da Secretaria de Infraestrutura Urbana e será subordinada à Defesa Civil, Secretaria de Segurança Urbana.
14. Ampliar o número de núcleos de Defesa Civil (líderes comunitários treinados para o mapeamento e alertas de área de risco).
15. Atualizar decreto que cria o Programa de Defesa Civil e a portaria que regulamenta o referido decreto. Ações preventivas serão institucionalizadas por decreto.
16. Acionar a cláusula contratual das concessionárias do lixo para a elaboração e execução de plano de comunicação para prevenção de enchentes.
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